Muito mais que apenas uma prática erótica, o Shibari é uma arte profundamente estética e cultural que reflete a rica tradição do Japão em design e simbolismo.

Com certeza, você já deve ter visto em filmes ou fotos aquelas amarrações eróticas complexas. Estamos falando do Shibari, uma forma de bondage japonesa (saiba tudo sobre BDSM aqui)  que vai muito além do tesão - podendo criar uma conexão intensa e profunda com a sua parceira através das cordas, transformando o prazer em uma verdadeira obra de arte.

O Shibari tem suas raízes na antiga prática japonesa de "hojojutsu", uma técnica de amarração usada pelos samurais para prender prisioneiros de guerra. Com o tempo, essa técnica evoluiu para uma forma de expressão artística e sexual, passando a ser conhecida como Kinbaku, que significa "ligação apertada". Enquanto o hojojutsu focava na eficácia e funcionalidade, o Kinbaku começou a enfatizar a estética e a conexão entre as pessoas envolvidas.

O Shibari se destaca por seu uso de cordas para criar padrões e formas complexas que adornam o corpo de uma pessoa. Cada amarração é uma obra de arte, combinando habilidade técnica com uma sensibilidade artística única. Os padrões podem variar desde os mais simples, até os mais elaborados e ornamentais, criando uma bela tapeçaria de cordas que moldam o corpo.

Padrões e simbolismo: As amarrações podem criar padrões que são carregados de simbolismo e significado. Os laços podem representar proteção, intimidade, ou mesmo uma forma de diálogo silencioso entre o amarrador e a pessoa amarrada.

Estética e beleza: O Shibari transforma o corpo em uma tela viva, onde as cordas são os pinceis e os nós são as pinceladas. O foco não está apenas no prazer físico, mas na expressão visual e na harmonia das formas.

Conexão e sensibilidade: O ato de amarrar é profundamente pessoal e demanda uma conexão significativa entre as partes envolvidas. A comunicação e a confiança são fundamentais, pois a experiência é tanto emocional quanto física.

Para quem se interessa em experimentar o Shibari, é importante começar com uma base sólida de conhecimento e técnica:

Escolha das cordas: A qualidade das cordas é crucial. As mais comuns são feitas de juta, cânhamo ou algodão, cada uma oferecendo diferentes sensações e níveis de aderência.

Técnicas de amarração: Existem várias técnicas e estilos de amarração, cada um com seus próprios métodos e propósitos. Os iniciantes devem começar com técnicas básicas e, à medida que ganham confiança, explorar padrões mais complexos.

Segurança e consentimento: A segurança é uma prioridade no Shibari. É essencial que todas as partes envolvidas estejam plenamente informadas e consentem com as práticas realizadas. Ter ferramentas de segurança, como tesouras de emergência, e estabelecer sinais de desconforto são práticas recomendadas.

Nos últimos anos, o Shibari tem ganhado popularidade global, com uma crescente comunidade de entusiastas e artistas dedicados a preservar e inovar essa prática. Workshops, exposições e performances têm ajudado a disseminar o conhecimento sobre o Shibari, promovendo um maior entendimento e apreciação da arte.

A prática também tem sido incorporada em várias formas de mídia e entretenimento, desde filmes e fotografias até exposições de arte. Essa visibilidade tem ajudado a desmistificar e a promover uma compreensão mais profunda do Shibari como uma forma de arte e expressão pessoal.

Se você está curioso sobre o Shibari, lembre-se de abordar a prática com respeito e cuidado, buscando sempre o aprendizado e a compreensão. A jornada pode ser tão enriquecedora quanto a própria arte.