Adesivo contraceptivo Masculino: Mito?
Desvendamos a polêmica: existe mesmo um adesivo contraceptivo masculino? O que diz a ciência e quais as opções reais.

Nos últimos dias, uma notícia sobre um suposto adesivo contraceptivo do jogador Neymar viralizou nas redes sociais e na mídia. A promessa era tentadora: uma forma fácil e discreta para os homens assumirem o controle da contracepção, sem os efeitos colaterais dos métodos femininos. Mas será que essa novidade é real?
A resposta curta e direta é: não, o adesivo contraceptivo masculino ainda não é uma realidade.
Apesar de toda a empolgação gerada pela notícia, é importante esclarecer que, no momento, não existe nenhuma medicação aprovada para uso como contraceptivo masculino na forma de adesivo. A única opção de uso transdérmico (administração pela pele) com ação hormonal disponível para homens é a terapia de reposição de testosterona em gel, utilizada para tratar a deficiência desse hormônio, também conhecida como deficiência androgênica.
"A reposição de testosterona é destinada ao tratamento da deficiência desse hormônio, a deficiência androgênica. Não existe essa medicação [adesivo contraceptivo]. Para o homem, a única medicação disponível para uso transdérmico com ação hormonal é a terapia de reposição de testosterona em gel, mas não é destinada à contracepção." Afirma o médico urologista Eduardo Pimentel, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia.
Por que a confusão?
A confusão pode ter surgido de estudos e pesquisas que estão sendo conduzidas em busca de métodos contraceptivos masculinos mais eficazes e convenientes. Existem, sim, diversas iniciativas em andamento, incluindo estudos sobre contraceptivos hormonais injetáveis, orais e, até mesmo, transdérmicos. No entanto, nenhum desses métodos está disponível para uso comercial até o momento.
O que está sendo pesquisado?

As pesquisas em contracepção masculina estão focadas em diferentes abordagens, como:
Contraceptivos hormonais: Assim como a pílula feminina, esses métodos utilizam hormônios para interromper a produção de espermatozoides. As pesquisas envolvem combinações de testosterona com outros hormônios, administrados por meio de injeções, implantes ou geis.
Contraceptivos não hormonais: Essa abordagem busca bloquear a produção ou a função dos espermatozoides sem afetar os níveis hormonais masculinos. As pesquisas envolvem o desenvolvimento de medicamentos que atuam em proteínas específicas envolvidas na espermatogênese.
Vasectomia reversível: Essa técnica visa criar um método de vasectomia que possa ser revertido facilmente, permitindo que os homens recuperem a fertilidade quando desejarem.
Por que demora tanto?
O desenvolvimento de novos métodos contraceptivos masculinos é um processo complexo e demorado. É preciso realizar estudos rigorosos para avaliar a eficácia, a segurança e os efeitos colaterais dos diferentes métodos. Além disso, é necessário obter a aprovação das agências regulatórias, como a Anvisa no Brasil e o FDA nos Estados Unidos, antes de um novo produto ser comercializado.
Quais são as opções contraceptivas masculinas atuais?

Atualmente, as opções contraceptivas masculinas são limitadas à camisinha e à vasectomia. A camisinha é um método eficaz na prevenção de gravidezes indesejadas e de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), mas requer o uso correto em todas as relações sexuais. A vasectomia é um método cirúrgico que impede a passagem dos espermatozoides, sendo considerada uma opção permanente.
O Futuro da contracepção Masculina
Apesar da falta de um adesivo contraceptivo masculino no mercado, o futuro da contracepção masculina é promissor. As pesquisas estão avançando e, em breve, poderemos ter novas opções contraceptivas para homens, que sejam eficazes, seguras e convenientes.
É importante acompanhar as notícias e se manter informado sobre os avanços da ciência nessa área. E, acima de tudo, é fundamental ter responsabilidade e cuidado na hora de escolher um método contraceptivo, buscando orientação médica e informações confiáveis.
Enquanto isso, lembre-se: a informação é a melhor forma de evitar fake news e tomar decisões conscientes sobre a sua saúde sexual.
Publicado em: 02/04/2025
Última atualização: 07/08/2025
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