O APITO-MÉDICO, O GOL QUE NEM NO INTERCLASSES SE PERDE, E O AMOR QUE DRIBLA A ZAGA

E aí, meus caros leitores da Bella da Semana, prontos para mais uma resenha daquelas? A rodada do fim de semana foi um prato cheio. Tivemos de tudo um pouco: uma decisão de arbitragem que faria um roteirista de comédia chorar de inveja, um gol perdido que vai assombrar pesadelos por gerações e, claro, as fofocas de bastidores que a gente adora. Puxe uma cadeira, abra aquela gelada e venha conferir o que de melhor (e pior) rolou nas nossas sagradas peladas.
O Doutor Apito e a Nova Especialidade: A Expulsão que Virou Piada Nacional
Vamos começar pelo lance que parou o Brasil. Domingo, no Beira-Rio, o relógio se arrastando para o fim do jogo. O Vasco, com um gol do garoto Rayan, vencia o Internacional por 1 a 0, um resultado de ouro fora de casa. O clima era de tensão, cada segundo valia ouro. Foi então que o goleiro vascaíno, Léo Jardim, caiu no gramado, sentindo dores. Cena comum, certo? Aquele migué clássico para gastar um tempo. Mas o árbitro Flávio Rodrigues de Souza, aparentemente com um diploma de medicina que ninguém conhecia, decidiu que era fingimento.
Sem chamar o médico, sem dar o benefício da dúvida, ele sacou o segundo amarelo e expulsou o goleiro por cera. Isso mesmo que você leu. O sujeito fez um diagnóstico à distância e aplicou a sentença. A cara de espanto do Léo Jardim, da sua esposa Carol Piccoli que certamente assistia em casa, e de todos no estádio foi impagável. O técnico do Vasco, Fernando Diniz, resumiu a ópera bufa na coletiva: "Ele não é médico. Criou uma nova jurisprudência no futebol". Diniz, em um raro momento de lucidez que não envolve xingar um jogador, estava coberto de razão.
O resultado dessa intervenção "cirúrgica"? O Vasco, atordoado e com o goleiro reserva Daniel Fuzato mal tendo tempo de aquecer, sofreu o gol de empate de Carbonero minutos depois. Dois pontos que voaram pela janela por conta de uma decisão que não tem cabimento. A diretoria do Vasco, com o sangue fervendo, soltou uma nota oficial furiosa, questionando se era "só erro ou incompetência?" e pedindo o "afastamento imediato" do árbitro. O pior é que, ao puxar a capivara do "Doutor Apito", vemos que ele já tem um histórico de polêmicas e até afastamento por erros em 2024. O que era para ser um jogo de futebol virou um episódio de House, com um diagnóstico errado que custou caro. Esse lance não foi apenas um erro de arbitragem; foi um sintoma da crise de credibilidade que assola o nosso futebol, criando um precedente perigoso onde o árbitro agora também acumula a função de perito do INSS.
O Trono é do Mengão, e o Gol Perdido do Ano é do Galo
Enquanto o Sul era palco de um drama médico-esportivo, no Maracanã, a liderança do Brasileirão mudava de mãos. E, meus amigos, mudou por causa de um lance que vai entrar para o hall da fama das pixotadas. O Flamengo venceu o Atlético-MG por 1 a 0, mas a história do jogo não foi o gol, e sim o não-gol. Com cinco minutos de partida, a defesa do Flamengo bateu de cabeça, e a bola sobrou limpinha para Rony, do Galo. Sozinho. Sem goleiro. Com o Maracanã inteiro de testemunha. O que ele fez? Chutou em cima do lateral Varela que se recuperou heroicamente.
Foi um lance tão inacreditável que o narrador Mário Henrique Caixa, da Rádio Itatiaia, cravou: "Um gol que uma criança faria, alguém das categorias de base". A falha de Rony não foi apenas um lance bizarro; foi o momento que definiu o destino da partida e, por consequência, da liderança. Se ele guardasse aquele gol, o jogo seria outro. O Atlético-MG, com a vantagem, se fecharia, e o Flamengo teria que suar sangue para virar. Mas o futebol tem dessas.
Depois de sobreviver a esse susto monumental, o Flamengo fez o seu jogo. Controlou a bola, foi paciente e, no segundo tempo, encontrou o caminho do gol. Luiz Araújo, em uma cobrança de falta ensaiada, colocou a bola na cabeça do zagueiro-artilheiro Léo Ortiz, que não perdoou e mandou para as redes, garantindo a vitória e a festa da nação.
A ironia do destino é que, enquanto o Flamengo fazia seu dever de casa (com uma ajudinha do nervosismo alheio), o então líder Cruzeiro tropeçou feio. A Raposa, que não perdia em casa há 11 jogos, foi surpreendida pelo Ceará e perdeu de virada por 2 a 1. A combinação de resultados foi perfeita para o Rubro-Negro, que pulou para a ponta da tabela com 36 pontos, deixando o rival mineiro para trás com 34. Moral da história: em um campeonato tão disputado, um gol feito pode valer tanto quanto um gol perdido de forma inacreditável.
Gols, Tropeços e Outras Emoções da Rodada
O fim de semana não viveu só de Flamengo e Vasco. Tivemos mais bola rolando e mais histórias para contar.
O São Paulo parece ter finalmente encontrado o rumo sob o comando de Hernán Crespo. Engatou a terceira vitória seguida ao passar o trator no Fluminense por 3 a 1 no Morumbi. O time de Renato Gaúcho, por outro lado, parece sofrer de uma ressaca pós-Mundial, sendo descrito como um "cemitério de ideias". Para completar o roteiro do fim de semana, o jogo ainda teve um gol de Ferreirinha validado pelo VAR que gerou muita polêmica e foi considerado irregular por analistas, mostrando que a arbitragem estava inspirada em todos os cantos do país.
A grande zebra da rodada foi a queda do Cruzeiro. Jogando em um Mineirão lotado, a Raposa abriu o placar com o artilheiro Kaio Jorge, mas deixou o Ceará virar o jogo com dois gols do paraguaio Galeano, que estragou a festa e acabou com a longa invencibilidade celeste em casa. O jogo também teve sua dose de controvérsia, com o árbitro Raphael Claus ignorando uma entrada duríssima de Fagner que deixou a torcida e os jogadores do Vozão na bronca.
Lá em Salvador, o Bahia não tomou conhecimento do Juventude e venceu por um tranquilo 3 a 0. O time gaúcho até tentou uma formação tática nova, com três zagueiros, mas a aposta não deu certo e o Esquadrão de Aço, com a qualidade de jogadores como Everton Ribeiro, dominou a partida do início ao fim, garantindo os três pontos sem sustos.
Novelas Fora de Campo: Milhões, Corações e Fofocas
E como nem só de bola rolando vive o nosso futebol, vamos aos bastidores, onde as negociações são milionárias e os corações, artilheiros.
A grande novela do mercado da bola tem nome e sobrenome: Roger Guedes. O Grêmio está obcecado pelo atacante e não mede esforços para tirá-lo do Al-Rayyan, do Catar. Os números são de cair o queixo: a proposta gremista pode chegar a 15 milhões de euros (quase R$100 milhões), com um salário que gira em torno de R$2 milhões por mês. A operação financeira é tão complexa que conta com o aporte de empresários ligados ao clube, que estão emprestando a grana para viabilizar o negócio. O mais curioso é que o próprio Guedes está disposto a abrir mão de quase metade do que ganha no Catar para voltar ao Brasil, o que mostra que, às vezes, a vontade de jogar em casa fala mais alto que os petrodólares. Enquanto o Grêmio mexe com milhões, Gabigol movimenta os corações. O atacante do Cruzeiro, que adora uma polêmica (quem não se lembra da foto com a camisa do Corinthians?), parece ter sossegado o facho. Após marcar na goleada sobre o Juventude, ele foi ao Instagram e dedicou o gol a ninguém menos que Rafaella Santos, a irmã de Neymar.
Para bom entendedor, um post basta: o casal "Gabriela" está de volta, para a alegria dos sites de fofoca. É a prova de que o futebol moderno vai muito além das quatro linhas. A mesma torcida que vibra com um gol, acompanha o desenrolar de uma negociação milionária e comenta o status de relacionamento do seu ídolo. É o esporte se misturando com o entretenimento, e a gente, claro, não perde um lance.
Autor(a) : Emerson Gonçalves
Publicado em: 28/07/2025
Última atualização: 28/07/2025
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