Quarentena do horror ou do amor?

Conte-me uma coisa: a sua quarentena tem sido a quarentena do horror ou do amor? Mas que tipo de pergunta é essa? Bom, então vamos esclarecer o questionamento. Passados alguns meses da quarentena que eram 15 dias, as pessoas estão passando por verdadeiros testes de resistência. E não apenas a resistência de ficar em casa, talvez entediados, quando a criatividade já acabou e as opções esgotaram-se. Mas a tolerância com as pessoas, os amigos, com a esposa, com os filhos.
Nunca se produziu tantos memes na vida! A tragédia passou a ser comédia e todas as situações de desespero, de desrespeito, de humilhações tem sido pauta nas redes sociais, alimentando os aplicativos mundialmente, patrocinando as reportagens! Felizmente tem gente que não se abala muito, e até fogem desses atritos, evitando inclusive assistir televisão para dar voz à imprensa quase sanguinária.
Como você reage a esta vida que estamos tentando viver? Com otimismo, pensando que logo tudo irá passar, uma vacina chegará, sua vida voltará ao normal e os memes vão trocar de assunto? Ou pessimista, reclamando cada dia mais da quarentena, saindo “escondido” para correr e furar o isolamento, achando que a pior coisa que pode ter acontecido foi ficar em casa trancado com a sua família sem o direito de ir e vir?
O desemprego explodiu seus índices de aumento, os hospitais estão cheios e a configuração das nossas vidas mudou completamente. São motivos para o pessimismo, pra sentir raiva do governo, reclamar do país e da saúde pública. Uma questão de vista, enxergar o lado difícil do problema. A energia negativa que recebemos das notícias na televisão transforma-nos em seres tristes e sem esperança.
Ter tempo com a família, poder descansar no final de semana, impulsionar seu trabalho na internet, ter tempo de ler, ver filmes e ficar com casa (seja para dormir melhor, comer com calma, fazer sexo ou sair da rotina pesada) são pontos bem positivos, que vivemos reclamando que a vida corrida não nos fornece. E aí vem um problema de saúde no qual estamos impossibilitados de transitar e devemos nos manter em casa seguros e então sair pra rua é tudo que “sempre sonhamos”.
Dá pra entender o ser humano? É só haver uma proibição para o negócio ficar quente. Ouvimos as lamentações constantes de todos quando relatam que precisam descansar porque não têm mais tempo com os filhos, que a esposa ou namorada vive reclamando e sentindo falta da sua companhia. E olha a oportunidade chegando e você achando que é um problemão se segurar em casa durante algum tempo para você mesmo não se contaminar com nosso maior novo inimigo. Tem autoridade por aí dando carteirada nas barreiras sanitárias, lideradas por policiais e agentes de saúde porque se sentem acuados de estar furando o isolamento, não usando máscaras nas ruas. Inacreditável meu povo!
O assunto quarentena tem sido recorrente em todos os lugares, em todas as rodas de amigos, grupos de conversa, no trabalho, dentro dos nossos lares. Mas é o que estamos vivenciando agora e, espero, que por pouco tempo. Pensar e agir de maneira positiva pode ser a chave para grandes mudanças, não apenas para nossa realidade atual, mas para uma vida melhor, para atingir nossos objetivos, atravessar os problemas com mais leveza. Claro que não é fácil, pra ninguém! Todavia, pode ser mais leve, menos um fardo e mais uma passagem. Que tal fazer a quarentena do humor e do amor e não a do horror?
Autor(a) : Mariana Goulart
Publicado em: 27/07/2020
Última atualização: 27/07/2020
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