Que ironia acharmos que os bárbaros são coisas do passado! Que o faroeste é muito violento para assistir e os filmes de guerra são apenas para homens que gostam do gênero. O mundo atualmente anda tão sem paciência que a violência tem sido presente nos nossos dias como algo normal, que mal afeta algumas pessoas.

Uma lista infinita de atitudes negativas nos rodeia: cancelamentos, a falta de tolerância na política e no futebol, a falta de tolerância com opções de gênero, ofensas aos veganos, ofensa aos policiais, um carnaval de tudo errado. Não que meus conceitos sejam corretos, mas atitudes violentas são tão escancaradas que beiram o mórbido, daquele tipo de coisa que nos deixa enjoados, literalmente.

Você já parou pra pensar que as famosas pegadinhas que passam na televisão normalmente é uma maneira de ridicularizar alguém? As pessoas são submetidas a situações ridículas para se estressar e perderem a paciência, criando uma situação de estresse e muitas vezes violência, para que as pessoas possam se divertir. É esperada uma reação de extremos, mostrando o quando essa fúria nos fascina.

Atualmente as brigas mais potentes acontecem por causa da política e por causa do isolamento social (pessoas a favor do lockdown e pessoas que simplesmente não ligam). As confusões estão por toda parte: supermercados, filas, hospitais, praias, etc. É uma confusão sem tamanho, ao ponto de unir as duas discórdias, a política e a pandemia. Você deixou de seguir amigos e conhecidos por causa de um desses motivos? As postagens já estavam excessivas, o conteúdo monotemático, um verdadeiro militante social? Eu já, pelos menos, silenciei as notificações dessa pessoa, pela minha sanidade mental!

As nossas armas de guerra hoje são virtuais, e nossas munições mais efetivas são as palavras. Quem esquece que a violência verbal pode ser tão agressiva quanto a violência física é porque não está muito ligado ao contexto do mundo atual. A grande guerra das pessoas tem sido entre trocas de ofensas, de barbáries públicas, em redes e difamação. E ninguém se escapa, do presidente ao influencer, todos podem ofender e ser ofendido.

Parece que a tolerância é literalmente zero! Ainda nos assustamos muito com agressões físicas, com assassinatos, com casos extremamente violentos. Mas já estamos beirando a normalidade quando nos deparamos com as ofensas às pessoas nas redes. É como se alguém fosse escolhido em praça pública e colocado num palco para atirar pedras. E as pedras são palavras duras, geralmente na terceira pessoa, como se não existisse o próprio rechaçado ali lendo tudo. 

Você sente esse desconforto também? Ou prefere fazer parte de quem tacou a pedra? Ou nunca parou para se analisar? A sabedoria popular é bem justa, e escutei esses dias do apresentador de um programa de reality de grande sucesso dizer algo que achei fantástico: “aquele que não se posiciona e fica em cima do muro está tirando a oportunidade de quem está certo”. Já parou para pensar nisso?