Finalmente nos encontramos num misto de vida normal com pandemia. Muitas pessoas voltaram às suas rotinas, trabalhando normalmente, se relacionando normalmente, uma vida comum. Mas ainda temos uma boa parcela da população vivendo com o medo e reclusas de tudo. Já estamos vendo que a vacina é uma realidade, muitos países já estão praticamente imunizados e voltando aos poucos à normalidade.

E como anda sua vida “normal”? Já voltou ao normal ou você faz parte da turma mais reclusa e cautelosa? Em primeiro lugar, isto não é uma crítica a quem optou em ficar em quarentena por um longo tempo, afinal é provado que o distanciamento social é a melhor arma na pandemia. É apenas para abordar o assunto relacionamentos, claro, na pandemia!

Antes você saia facilmente para uma festa ou uma noitada e conhecia alguém, se interessava por essa pessoa e logo estavam juntos. Dependendo da relação, logo estavam acordando juntos e conectados sexualmente. Que coisa boa! Sair para jantar, shopping, barzinho com amigos, conhecer a família da nova namorada (às vezes sem esse título oficial ainda, mas já no caminho!). 

E agora, como faz? Tudo igual? Desconfia da pessoa e da família dela? Estamos neste momento sinistro onde as pessoas que são muito livres (não usam máscara o tempo todo, vão na academia, saem para lugares públicos) são rechaçadas virtualmente, ofendidas na rua. Brigas feias! Encontramos a família e postamos aquela tradicional foto de todos reunidos, felizes, e já esperamos as críticas online e off-line do povo que está sempre preparado para alfinetar a galera. 

Vocês já repararam na quantidade de novos casais que aparecem por aí? Relacionamentos que pensávamos serem duradouros, fortes e que permaneceram firmes por décadas, acabando assim, do nada! Quer dizer, do nada não! Talvez fosse mais aparência, talvez a convivência muito mais intensa nesse momento seja crucial para o término e essa nova realidade vem mostrando às pessoas como realmente são no seu dia a dia. Antes, qualquer desentendimento, era só sair de casa, convidar um amigo para beber algo e deixar as coisas se acertarem. 

Agora tudo ficou um pouco diferente. Quem disse que sair é a opção? Quem tem um amigo disponível para afogar as mágoas, pronto para sair e deixar a namorada ou esposa em casa para dar um help para você? Na maioria das vezes, você se tranca num quarto, ela vai à casa da mãe (e olhe lá, tem gente que não visita os pais há mais de um ano) e todos precisam conviver (ou não) no mesmo ambiente. Ou não porque a alternativa pode ser finalizar um relacionamento. 

Difícil manter algo que você não acredita, difícil começar algo novo. Difícil fugir umas horas de casa para esfriar a cabeça. Difícil sair para conhecer alguém. A gente mal reconhece as pessoas na rua por causa da máscara, imaginem conhecer alguém com toda aquela desconfiança dos dias atuais? Isso sem falar das milhares de pessoas que perderam alguém neste último ano e estão se recuperando de suas dores. Todas as pessoas, de certa forma, estão conectadas a alguma perda atualmente. Não está fácil pra ninguém!