A gangorra das emoções

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Sentimentos que vão dos mais felizes aos mais tristes. Polaridade total. Catástrofes e desastres naturais. Doenças fatais cada vez mais. Uma nuvem preta que paira sobre nós. E nem é metáfora, é verdade! 

Estamos em um momento obscuro, com uma série de acontecimentos caóticos que nos levam ao desespero e à procura por soluções rápidas. Quanto mais os problemas aparecem, mais as discussões são calorosas. E desnecessárias!

Em tempo de redes sociais como prioridade para muitas pessoas (como trabalho, inclusive), as mazelas das pessoas se espalham rapidamente. Multidões de likes e deslikes, milhões de postagens, curtidas, repostagens. Uma linguagem moderna, mas de termos bem comuns atualmente, afinal nosso dia a dia está resumido neste contexto. Não tem idade ou classe social, não tem localidade ou horário, qualquer assunto que viraliza, é uma forma de catástrofe! 

Essa gangorra das emoções nos leva ao alto em um momento e abaixo rapidamente. Em um único dia podemos degustar a sensação de felicidade compartilhando uma conquista (ou ostentando algo) e nesse mesmo dia recebemos uma notícia muito impactante, triste. No mesmo “lugar”, os altos e baixos são oscilações de segundos. Quando estamos comemorando algo, estamos sujeitos a notícias devastadoras. Enquanto choramos por algo, nos deparamos com o nascimento de um bebê, de um negócio, a chegada de algo excitante. 

Se tem algo que a internet (e principalmente as redes sociais) faz é unir e ajudar em uma causa. Mas nessa mesma causa, separa a todos, segrega, critica, faz o caos se estabelecer. E não estou falando de uma causa, ou de um acontecimento. Estou falando de tudo todos os dias e você também sabe disso, porque enquanto lê este texto você já sabe de quais acontecimentos, pelo menos desta semana, eu estou falando. Se você for ler esta coluna daqui um ano, você ainda estará a par do que está acontecendo hoje nessa esfera. São novos assuntos, mas os mesmos conflitos.

Isto nos mostra a cada dia mais que precisamos buscar um lugar de fuga e ele não está mais em aplicativos. Se você é regrado ao ponto de ter um dispositivo sem uma rede social se quer, sem um aplicativo de atualidade, um portal de notícias sensacionalista, aí sim você pode usar a internet para navegar em mares criativos e neutros. Do contrário, você, eu e todos os outros precisarão fugir desse ambiente tóxico para descansar. Filtrar o que é necessário, conseguir o autocontrole para prender a sua energia no local correto. Fácil escrever? Difícil agir? Para todos nós, inclusive. Ainda que não impossível. Sabemos disso. A energia que desperdiçamos com tudo que for negativo, é a mesma energia que jogamos para o alto da gangorra...   

Autor(a) : Mariana Goulart

Publicado em: 13/05/2024

Última atualização: 12/05/2024

2 comentários

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AssinanteIgor escreveu em 03/06/2024 Responder
Desconfio que nós homo sapiens sapiens não estamos preparados para processar tanta informação. Com a popularização da internet em dispositivos móveis, qualquer pessoa conectada à rede aberta (alguns países têm fortes restrições de navegação na rede) poderá acessar informações sobre virtualmente qualquer coisa. Além da busca pessoal por informações de interesse próprio, a forma como as redes sociais vêm se desenvolvendo faz com que uma avalanche de informações não buscadas sejam apresentadas ao usuário todos os dias, em recortes muito limitados, sem contextualização, sem fundamentação - apenas fragmentos de fatos, de ideias e de opiniões. Ao longo da linha evolutiva da humanidade, nunca tivemos que processar tanta informação, simplesmente não estamos preparados para isso. Some-se a isso o fato de que - ao menos na sociedade brasileira - não somos educados a identificar e reconhecer nossos próprios sentimentos; e muitas (quiçá a imensa maioria) das informações que chegam até nós tem o objetivo (não unicamente, mas certamente) de provocar algum tipo de sentimento. Às vezes alegria, satisfação ou quietude, mas muito frequentemente perplexidade, comoção, tristeza, raiva, indignação. Nós usuários de redes sociais e leitores de "notícias" (entre aspas porque está cada vez mais difícil reconhecer ou delimitar o fato, a opinião e a fantasia) pouco refletimos sobre como nossas emoções agem (ou são estimuladas para agir, para manipular) nossos conceitos e, camadas abaixo da própria consciência, crenças e valores. Enfim, do jeito que estamos indo, como sociedade conectada hiper-submetida a dados e informações, muitas produzidas ou mal compiladas por IA, realmente não parece que no longo prazo vai dar certo.
Hiago escreveu em 21/05/2024 Responder
Isso foi massa!
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